Defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, a CPI da Petrobras já tem 119 das 171 assinaturas necessárias para sua instauração. O pedido para criar a investigação foi protocolado pelo PL e apoiado pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
A ideia é vista com desconfiança pela cúpula da Câmara por não gerar efeitos imediatos, por não haver tempo de fazer uma CPI antes do recesso que vai até a eleição e pelo medo de a investigação ser capturada pela oposição. Também o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou a possibilidade instalação da CPI: ‘Não tem a mínima razoabilidade’, disse nesta terça-feira.
Em reunião de líderes nesta segunda-feira, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) disse aos presentes que o governo não apoiará medidas intervencionistas para alterar a política de preços dos combustíveis e prefere agora levar adiante uma CPI.
Embora a Petrobras seja uma empresa estatal controlada por seu próprio governo e cujos dirigentes são indicados por ele mesmo, o presidente Jair Bolsonaro insiste na defesa de uma investigação, mesmo sem indicar um fato determinado, como é exigido para esse tipo de apuração no Congresso.
Altineu Cortês (RJ), líder do PL, entrou com o pedido de CPI nesta terça-feira. Ele foi endossado por Ricardo Barros. Antes, o líder do governo havia pedido cautela para que os governistas não assinassem pedidos encabeçados pela oposição. Agora, ele disse apoiar o requerimento.
“A CPI dos preços dos combustíveis investigará também o impacto nos preços pelo endividamento da empresa, modelo tributário, sonegação fiscal, e benefícios corporativos”, disse Barros no Twitter. “Isso além do modelo de gestão. Será esclarecedor para o consumidor que é o acionista majoritário da Petrobras.”
Autor/Veículo: O Globo