Mesmo com a crise econômica desencadeada na Europa pela interrupção do fornecimento de gás natural pela Rússia, a Organização das Nações Unidas (ONU) está pedindo aos países do bloco que não retornem ao uso de combustíveis fósseis. Alguns países, como a Alemanha, extremamente dependente do gás russo, já anunciaram a volta da queima do carvão.
Os governos europeus estão com baixo estoque de energia, e o inverno, rigoroso na região, se aproxima. Sem energia, a situação poderia ser catastrófica. Além disso, o preço do gás e o de outras energias aumentaram muito devido à alta demanda, gerada pela crise energética instalada desde que o governo russo passou a diminuir o fornecimento de gás para a Europa, como forma de retaliação pelas sanções impostas em razão da invasão da Ucrânia.
Nada Al-Nashif, comissária interinado Escritório de Direitos Humanos da ONU, encerrou seu discurso na abertura na 51ª sessão do Conselho de Direitos Humanos dizendo que os combustíveis fósseis são contrários às deliberações anteriores sobre mudanças climáticas.
Ao contrário do uso de carvão, como anunciou a Alemanha, a comissária da ONU pediu que os europeus acelerem o desenvolvimento de projetos de eficiência energética e energias renováveis. “Não há espaço para retrocessos diante da atual crise climática”, afirmou, referindo-se ao verão extremamente quente neste ano. Para especialistas, as temperaturas elevadas fazem apenas parte do clima e de uma mudança climática ou do aquecimento global.
FONTE: REVISTA OESTE
“Conforme os preços da energia disparam, ameaçando atingir os mais vulneráveis, à medida que o inverno se aproxima, alguns Estados membros da UE estão recorrendo a investimentos em infraestrutura e fornecimento de combustíveis fósseis”, observou ela. “Embora esse impulso seja compreensível, exorto a UE e seus Estados membros a considerar as consequências de longo prazo da construção de infraestrutura de combustíveis fósseis.”
A crise na Europa já se desenhava em 2021, em razão das duras medidas de lockdown impostas pelos governo para combater a pandemia de covid-19, e se acentuou com a invasão da Ucrânia, em fevereiro deste ano. Em 2021, cerca de 45% das importações de gás natural da UE vieram da Rússia.